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Poder 360 |
Faleceu na madrugada deste domingo (20), aos 93 anos, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marín. Ele teria passado mal em casa, na capital paulista, e foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, onde não resistiu. O velório está previsto para as 16h, em São Paulo. A causa da morte não foi divulgada oficialmente, mas em 2023 Marín já havia sofrido um AVC.
Marín presidiu a CBF entre março de 2012 e abril de 2015, período que incluiu a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. No entanto, seu nome ficou marcado por escândalos. No fim do mandato, foi preso na Suíça, a pedido das autoridades dos Estados Unidos, acusado de envolvimento em um esquema de corrupção internacional — o caso que ficou conhecido como Fifagate.
Pelo esquema, Marín foi condenado pela Justiça norte-americana a quatro anos de prisão, além de dois anos em liberdade condicional. Também foi multado em US$ 1,2 milhão e teve US$ 3,3 milhões confiscados, valores que correspondem a propinas recebidas em negociações de direitos comerciais de torneios de futebol. Libertado em 2020 por razões de saúde, ele retornou ao Brasil.
Política, futebol e polêmicas
Formado em Direito, José Maria Marín também teve uma carreira sólida na política. Foi vereador e deputado estadual em São Paulo nas décadas de 1960 e 1970. Na década de 1980, tornou-se vice-governador e chegou a assumir o governo do Estado em 1982, após a saída de Paulo Maluf para concorrer às eleições.
No futebol, antes da presidência da CBF, Marín comandou a Federação Paulista de Futebol (FPF) entre 1982 e 1988 e também foi chefe da delegação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México.
Apesar da longa trajetória, Marín também ficou conhecido por episódios controversos. Um dos mais lembrados ocorreu em janeiro de 2012, quando ele foi flagrado colocando no bolso uma das medalhas destinadas aos jogadores do Corinthians, campeões da Copa São Paulo de Futebol Júnior. O episódio gerou forte repercussão à época. A FPF alegou que a medalha já estava reservada a Marín, mas o incidente acabou deixando um dos atletas sem o prêmio na cerimônia — a medalha só foi entregue posteriormente.
Legado controverso
Marín encerra sua passagem pelo futebol brasileiro deixando um legado de altos e baixos. Presidiu a CBF num dos momentos mais importantes da história esportiva recente do país, mas também se tornou símbolo de uma das maiores crises de credibilidade enfrentadas pelas entidades que comandam o futebol mundial.
Sua morte ocorre enquanto o futebol brasileiro ainda tenta reconstruir sua imagem institucional após anos marcados por escândalos, investigações e desconfiança.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News