![]() |
Câmara de Vereadores |
Enquanto escolas enfrentam falta de estrutura, alimentos de baixa qualidade, o vereador Montana (PSD) – líder do prefeito na Câmara Municipal – apresentou uma proposta no mínimo controversa: instalar balanças em escolas e repartições públicas para pesar os alimentos recebidos de fornecedores.
A sugestão, feita durante a Sessão Ordinária desta terça-feira (24), foi apresentada como uma forma de “garantir maior rigor no recebimento dos produtos” e “evitar desperdícios”. Na prática, a proposta parece desviar o foco dos reais problemas enfrentados pelas unidades escolares: falta de nutricionistas, cardápios mal planejados, comida de péssima qualidade e merenda que, muitas vezes, sequer chega à mesa do estudante.
A justificativa de Montana é de que a medida traria mais transparência e fortaleceria o controle da merenda escolar. No entanto, para pais, professores e até servidores das próprias escolas, o problema não está na quantidade de arroz e feijão entregue, mas sim na ineficiência do sistema como um todo. Em várias unidades, os relatos são de alimentos vencidos, carnes estragadas e lanches compostos apenas por bolachas e suco artificial.
"De que adianta pesar os alimentos se eles chegam estragados ou em quantidade insuficiente para alimentar todas as crianças?", questiona uma diretora de escola que preferiu não se identificar. "O que a gente precisa é de fiscalização séria, investimento em qualidade e respeito com os alunos."
A proposta das balanças soa como mais uma medida paliativa que tenta mascarar um sistema falho. O vereador, como líder do Executivo na Câmara, poderia estar cobrando melhorias reais na alimentação escolar, mas prefere apostar em soluções cosméticas que pouco ou nada impactam na vida de quem está dentro das salas de aula.
A população, que já está cansada de promessas vazias, agora assiste a mais uma ideia que parece servir mais para gerar manchetes do que para resolver os verdadeiros problemas. Afinal, pesar comida é fácil — difícil é garantir dignidade no prato dos estudantes.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News