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g1 |
Internado em estado gravíssimo desde o último domingo (22) na UPA Vila Almeida, em Campo Grande, o paciente Faissal Kabad, de 79 anos, continua aguardando por um leito hospitalar com suporte adequado para tratar suspeitas de embolia pulmonar e AVC (acidente vascular cerebral). Mesmo com um mandado de segurança expedido pela Justiça, determinando a transferência imediata para hospital público ou privado, a ordem judicial vem sendo ignorada.
Segundo a filha do paciente, Juliana Kabad, o quadro de saúde do pai é extremamente delicado. Ele é hipertenso, diabético, tem cardiopatia grave e, conforme o boletim médico, encontra-se em condição classificada como "prioridade 1" — risco iminente de morte. A cada hora sem atendimento adequado, as chances de sobrevivência diminuem.
Na última terça-feira (24), a Promotoria da Saúde conseguiu junto ao Poder Judiciário uma decisão que dá 24 horas para a prefeitura providenciar o leito, seja na rede pública ou privada, sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento. No entanto, até esta quinta-feira (26), a determinação não foi cumprida.
“Já se passaram mais de 72 horas e absolutamente nada foi feito. Meu pai continua se deteriorando, apresentando comprometimento neurológico. Essa negligência é inaceitável”, desabafa Juliana.
O pedido de transferência foi negado por pelo menos três hospitais — Hospital Regional, Hospital Universitário e Hospital São Julião — todos alegando falta de leitos disponíveis.
A família acusa o sistema público de saúde de abandono institucional. “A Justiça determinou, o Estado não cumpre, e meu pai está sendo empurrado para a morte enquanto todos cruzam os braços”, denuncia a filha.
A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU), mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
O caso evidencia mais uma vez o colapso no sistema de regulação hospitalar e a dificuldade de acesso a atendimento digno mesmo quando há respaldo judicial. Enquanto isso, Faissal segue lutando pela vida — sozinho em uma maca de pronto atendimento, à espera de um leito que pode nunca chegar.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News