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Foto: TL Notícias |
A morte de Jair Ferreira Leal, de 55 anos, na manhã desta quinta-feira (5), escancarou mais uma vez a realidade de abandono social vivida por muitos moradores de regiões periféricas de Três Lagoas. Ele foi encontrado sem vida em sua própria casa, localizada na Rua Nelson da Capetinga, na Vila Zuque — um local marcado pelo descaso, violência urbana e invisibilidade.
De acordo com moradores, gritos foram ouvidos na noite anterior, mas ninguém agiu. “Achei que fosse briga ou confusão de sempre. Aqui é comum ouvir isso”, disse um vizinho, que só decidiu verificar a situação na manhã seguinte, ao notar a casa vazia. Jair estava deitado na cama, coberto, mas já sem vida.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que esteve no local junto com a perícia técnica. A Polícia Militar também atendeu à ocorrência, iniciando os primeiros levantamentos.
Jair era conhecido na vizinhança como uma pessoa simples, marcada por um histórico de alcoolismo e problemas de saúde. Sofria com feridas nos pés e, segundo relatos, não recebia acompanhamento médico adequado. Sua trajetória parece ser mais um retrato do que ocorre com pessoas em situação de vulnerabilidade ignoradas pelo sistema público de saúde e assistência social.
A região onde ele morava é frequentemente citada por moradores como ponto crítico, onde o uso de drogas e o abandono andam lado a lado. “Aqui é terra de ninguém. Gente doente, passando fome, vivendo sem nenhum suporte. Só aparecem quando alguém morre”, desabafou uma moradora, que preferiu não se identificar.
A morte de Jair não foi apenas silenciosa — foi precedida por gritos ignorados, reflexo de um bairro onde a sobrevivência virou rotina e a indiferença parece normalizada. O caso segue sob investigação, mas a principal pergunta permanece: até quando vidas como a de Jair serão deixadas para trás?
Por: Redação - Jornal A Princesinha News