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Correio do Estado |
As fiscalizações do Detran-MS realizadas ao longo do mês de agosto expuseram uma realidade preocupante no trânsito sul-mato-grossense: veículos circulando com dívidas que ultrapassam R$ 150 mil em multas e pendências judiciais. Mais do que números, os casos revelam um cenário de negligência com a documentação e a segurança viária.
Entre os destaques das operações está uma Honda Fit, apreendida com mais de R$ 98 mil em débitos, sendo R$ 95 mil apenas em multas acumuladas. Outro episódio ocorreu em Naviraí, onde uma Toyota Hilux com restrição judicial e dívida superior a R$ 59 mil tentou escapar da fiscalização. O motorista fugiu para uma área rural e abandonou o veículo, que acabou apreendido.
Segundo o Detran, apenas em agosto, 5.349 veículos foram abordados, com 4.880 motoristas submetidos ao teste de bafômetro. As ações ainda resultaram em duas prisões em flagrante e na identificação de 67 condutores sem CNH.
Casos como esses expõem não apenas a irresponsabilidade de quem dirige veículos nessas condições, mas também a falha em cumprir a obrigação básica da transferência de propriedade. Quando isso não ocorre, dívidas milionárias e infrações continuam vinculadas ao nome do antigo proprietário, gerando uma rede de impunidade.
Para especialistas em trânsito, a situação revela um problema estrutural: muitos compradores ignoram a regularização, e vendedores não exigem a formalização da transferência, o que perpetua um ciclo de riscos e dívidas.
Além do prejuízo financeiro, a circulação de veículos sem licenciamento atualizado coloca em risco a segurança nas vias. Sem documentação regular, esses carros dificilmente contam com seguro ativo e, em caso de acidentes, as vítimas podem ficar desamparadas.
O Detran-MS reforça que as fiscalizações continuarão, mas ressalta que a responsabilidade é compartilhada. Vendedores devem se certificar de retirar o veículo de seu nome ao fechar o negócio, e compradores precisam cumprir a obrigação da transferência para não assumirem passivos ocultos.
Enquanto as operações revelam dívidas milionárias e tentativas de fuga, fica evidente que a irregularidade no trânsito não é apenas uma infração administrativa: é uma ameaça direta à segurança pública.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News
*Correio do Estado*