Câmara aprova urgência para projeto de anistia a golpistas

Agência Brasil

Na noite desta quarta-feira (17), o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 311 votos a 163, além de 7 abstenções, o requerimento de urgência para o Projeto de Lei (PL) 2162/2023, que trata da anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A decisão, longe de encerrar o tema, ampliou o embate político entre governistas e opositores.

Durante a sessão, o clima foi marcado por divisões explícitas. Enquanto deputados favoráveis comemoravam o resultado, parlamentares contrários reagiram com gritos de “sem anistia”, ecoando no plenário.

A pauta foi colocada em votação pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), após reunião com líderes partidários realizada mais cedo. Para Motta, a discussão representa um passo em direção à pacificação nacional.
— “Não se trata de apagar o passado, mas de permitir que o presente seja reconciliado e o futuro construído em bases de diálogo e respeito”, afirmou ao anunciar o resultado.

Com a aprovação da urgência, o projeto poderá ser analisado diretamente em plenário, sem a necessidade de passar por comissões. Nesta quinta-feira (18), Motta deve indicar um relator para elaborar um texto substitutivo que consiga maior consenso dentro da Casa.

O que prevê o projeto

A proposta, de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), concede anistia a todos os participantes das manifestações políticas realizadas entre 30 de outubro de 2022 e a data em que a lei entrar em vigor.

A iniciativa, porém, vem sendo interpretada de formas distintas: aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro defendem que a anistia seja estendida a ele, mesmo após a recente condenação de mais de 27 anos de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Contexto

Os atos de 8 de janeiro, que levaram à depredação das sedes dos Três Poderes, completaram dois anos e meio em meio a uma sociedade ainda polarizada. A votação da urgência escancara o tamanho da divisão no Congresso e indica que a discussão sobre o alcance da anistia deve ser longa e conflituosa.

    Por: Redação - Jornal A Princesinha News