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A morte de Lucas Ribeiro Pastor, 24 anos, executado com ao menos 15 tiros na frente de uma tabacaria no bairro Jardim Centenário, na madrugada de segunda-feira (7), escancarou não apenas a brutalidade do crime, mas também o cenário de descaso e abandono que moradores enfrentam há anos na região.
A tragédia ganhou um tom ainda mais dramático nesta terça-feira (8), quando uma carta publicada nas redes sociais, em nome da filha de apenas 5 anos da vítima, emocionou milhares de pessoas. No texto, a menina relembra momentos com o pai, como quando ele a ensinou a andar de bicicleta, e lamenta a ausência repentina: "Você ir morar com Deus foi como levar um pedaço de mim".
Entretanto, por trás da comoção está uma história que, segundo vizinhos e moradores, estava anunciada. A tabacaria em frente à qual Lucas foi morto é considerada por muitos um “ponto de caos” no bairro. Frequentada por centenas de pessoas nos finais de semana, o local é alvo constante de denúncias por som alto, aglomeração, uso de drogas e motocicletas fazendo barulho madrugada adentro. “Ninguém dorme aqui de quinta a domingo. Já reclamamos na Prefeitura e para a polícia, mas nada muda”, relata um morador.
Execução Meticulosa e Suposta Motivação Pessoal
De acordo com testemunhas, o atirador chegou lentamente em uma motocicleta Falcon preta e prata, acompanhado de um garupa. Vestido de preto, com capacete e arma em punho, ele se aproximou de Lucas e efetuou os disparos. Para confirmar a morte, retornou e atirou novamente na cabeça da vítima. Lucas foi atingido em várias partes do corpo — cabeça, tórax, ombro, axila, costas e braço. Um amigo que estava com ele também foi atingido de raspão.
A polícia investiga o caso e não descarta a possibilidade de motivação pessoal. Segundo informações preliminares, Lucas teria recebido ameaças de um homem identificado como "Caim", por um possível envolvimento com a ex-mulher deste.
População Denuncia Falta de Ação do Poder Público
O episódio reacende uma discussão urgente sobre a responsabilidade das autoridades municipais diante de espaços que, embora comerciais, funcionam sem controle e colocam em risco a segurança da comunidade. Vídeos de câmeras de segurança mostram aglomerações e som alto em plena madrugada, com centenas de pessoas nas ruas.
Para os moradores, a tabacaria representa um risco constante: “Ele [o dono] não está preocupado com ninguém. Quer vender, não importa o que aconteça com os vizinhos. Já aconteceu o pior”, lamenta um morador.
Enquanto as investigações seguem para identificar e prender os responsáveis pelo assassinato, a carta da filha de Lucas viraliza nas redes e serve como símbolo do sofrimento gerado por um sistema falho — onde a violência não é exceção, mas consequência.
Por: Victor Ocampos - Por Redação - Jornal A Princesinha News