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A morte do menino Hélio Fulhoto Neto, de 11 anos, encontrada submersa em uma represa na noite de segunda-feira (7), acendeu um alerta sobre a fragilidade da rede de proteção às crianças com deficiência e a importância da vigilância familiar. Portador de autismo e com dificuldades de fala, o garoto desapareceu na manhã do mesmo dia, após sair de casa sozinho, sem que nenhum responsável notasse sua ausência.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias da tragédia. Segundo o delegado Caio Leonardo Bicalho, que conduz a investigação, a criança teria deixado a residência por volta das 6h50, levando consigo as chaves da casa e do portão, que estavam com a mãe. Ele estava acompanhado apenas do cachorro da família. A ausência só foi percebida horas depois, e a comunicação oficial à polícia ocorreu por volta das 17h.
Equipes da Seção de Investigações Gerais (SIG) iniciaram buscas imediatamente, com apoio do Corpo de Bombeiros e de voluntários da cidade. As roupas do menino foram localizadas em uma área de mata próxima à casa e ao centro da cidade. Poucos metros adiante, o corpo foi encontrado dentro de uma represa.
Apesar da dor e comoção provocadas pelo caso, o delegado adiantou que as evidências iniciais não apontam sinais de violência, o que indica uma possível morte por afogamento. A confirmação depende de laudos da perícia técnica e do exame de necrópsia feito pelo Instituto Médico Legal (IML).
Hélio era assistido pela APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e, segundo relatos do avô, já havia tentado sair de casa em outras ocasiões. O cachorro retornou sozinho ao meio-dia, mas o menino não voltou.
O caso levanta discussões sobre o cuidado com crianças em situação de vulnerabilidade, especialmente aquelas com deficiência. A ausência de dispositivos de segurança no imóvel, o fato das chaves estarem acessíveis e a demora na comunicação do desaparecimento às autoridades são pontos que devem ser levados em consideração, não apenas no inquérito, mas também no debate público.
O delegado reforçou que a comunicação de desaparecimento de menores deve ser feita imediatamente. “A população precisa saber que, nesses casos, não existe tempo de espera. Toda hora é decisiva”, alertou Bicalho, citando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A cidade de Nova Andradina amanheceu nesta terça-feira (8) abalada. Em meio à dor da perda, resta a esperança de que a tragédia provoque uma reflexão coletiva sobre responsabilidade, inclusão e proteção à infância.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News