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Divulgação |
A tentativa de conquistar um dos cumes mais desafiadores da Cordilheira Blanca, no Peru, colocou novamente em evidência a coragem, o preparo e os riscos assumidos por quem escolhe viver em busca dos limites da altitude e da resistência humana. O montanhista sul-mato-grossense Edson Vandeira, 36 anos, natural de Campo Grande, está desaparecido desde a última quinta-feira (30), após iniciar a escalada do Nevado Artesonraju, uma das montanhas mais técnicas do país andino, com 6.025 metros de altitude.
Vandeira, que vive atualmente no Peru e se prepara para a certificação internacional de guia de montanha, integrou uma expedição técnica ao lado dos alpinistas peruanos Efraín Pretel Álzonzo e Jesús Huerta Picón. Os três participam do curso oficial de formação da Federação Internacional de Associações de Guias de Montanha (IFMGA), e a escalada fazia parte do processo de qualificação prática, conforme o Campo Grande News.
Relatos de luzes vistas durante a madrugada de sábado na crista da montanha indicam que o grupo pode ter atingido o cume. No entanto, a barraca onde deveriam ter descansado após a descida foi encontrada vazia, acendendo o alerta entre colegas e autoridades. As buscas, conduzidas por guias locais, alpinistas experientes e pela Polícia de Alta Montanha, foram intensificadas nos últimos dias, apesar das dificuldades impostas pelo clima instável e pelo terreno técnico da região.
A história de Edson é marcada por feitos notáveis: já esteve no Himalaia, cruzou os Andes e pisou nove vezes na Antártida, sempre unindo a técnica da escalada à paixão pela fotografia de ambientes extremos. Referência entre montanhistas brasileiros, ele também atua na segurança de missões científicas em locais inóspitos.
Mesmo diante do silêncio de comunicações, a expedição não é encarada como um fracasso, mas como um reflexo do compromisso desses profissionais com o aperfeiçoamento contínuo. O desaparecimento ocorre dentro de um contexto de alto nível técnico, onde riscos fazem parte da trajetória de quem escolhe desafiar os maiores paredões do mundo.
As buscas seguem em ritmo constante, e amigos, familiares e colegas no Brasil e no Peru mantêm a esperança de um desfecho positivo, reforçando a fé em quem sabe sobreviver — e ensinar a sobreviver — nas altitudes onde poucos se atrevem a pisar.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News