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A morte de oito pessoas em um acidente com balão neste sábado (21), em Praia Grande, Santa Catarina, expôs de forma brutal os riscos de uma atividade que segue crescendo no país à margem da regulamentação. E em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, onde passeios de balão já são oferecidos comercialmente no distrito de Camisão, o cenário se repete: balões decolando com passageiros, sem fiscalização, sem regras claras e sem qualquer controle visível por parte das autoridades locais, estaduais ou federais.
O acidente em Santa Catarina ocorreu após o balão, que transportava 21 pessoas, pegar fogo no ar. O impacto foi devastador: oito mortes confirmadas e pelo menos 13 feridos. Segundo o Corpo de Bombeiros, o incêndio começou ainda durante o voo e, em poucos minutos, a estrutura foi consumida pelas chamas, deixando as vítimas sem qualquer chance de reação. As investigações indicam falha no maçarico ou em vazamento de gás como possível causa.
Dias antes, no último domingo (15), outro acidente ocorreu no interior de São Paulo, em Capela do Alto. Um balão que levava 33 pessoas fez um pouso forçado em uma plantação. Uma mulher morreu após cair do cesto. Inicialmente, foi divulgado que ela estava grávida, informação depois corrigida. O piloto foi preso em flagrante, acusado de homicídio culposo. A operação era clandestina.
Esses dois episódios escancaram a fragilidade de uma prática que vem crescendo no Brasil sem regulamentação específica, com operadores informais oferecendo voos turísticos por meio de redes sociais, muitas vezes sem habilitação e sem respaldo técnico.
Em Aquidauana, o alerta está aceso
No distrito de Camisão, região turística de Aquidauana, os voos de balão já são oferecidos com regularidade. Perfis no Instagram anunciam pacotes, divulgam fotos e depoimentos de passageiros. Moradores já se acostumaram a ver os balões sobrevoando o céu da região. Mas o que ninguém viu até agora é a presença de qualquer autoridade fiscalizando, regulamentando ou, minimamente, acompanhando essas operações.
A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) não emitiu qualquer nota sobre os voos em Aquidauana. A Prefeitura também permanece em silêncio, e o Ministério do Turismo ignora completamente a atividade na cidade, apesar do aumento evidente na oferta comercial.
O que está em jogo é a vida de pessoas. A tragédia já aconteceu em Santa Catarina. Já aconteceu em São Paulo. E nada impede que aconteça também em Mato Grosso do Sul, especialmente em cidades como Aquidauana, onde tudo indica que o setor funciona hoje sem qualquer tipo de regulação.
A operação de balões envolve riscos extremos: ventos inesperados, falhas técnicas, erros de pilotagem, acidentes com energia elétrica, incêndios. Sem fiscalização, os passageiros que embarcam nesses voos estão completamente expostos — e, quando algo der errado, será tarde demais.
Autoridades precisam agir agora
É preciso, com urgência:
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Que a ANAC envie fiscais ao município e suspenda imediatamente qualquer operação não certificada;
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Que a Prefeitura de Aquidauana e o Governo do Estado exijam documentação, habilitação de pilotos, certificados de segurança e plano de voo;
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Que o Ministério do Turismo inclua a atividade em sua pauta de segurança em turismo de aventura;
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E que o Ministério Público investigue quem está explorando comercialmente os voos sem licença, e quais os riscos impostos à população.
A população de Aquidauana não pode pagar com vidas pela omissão de quem deveria garantir segurança. O turismo não pode crescer sobre a base do improviso, da informalidade e da ausência do Estado.
Antes que a próxima manchete envolva o nome de Aquidauana em uma tragédia nacional, é preciso agir. Porque depois da queda, só sobra o luto.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News
