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Greve de motoristas paralisa transporte coletivo e deixa terminais vazios em Campo Grande

Campo Grande News


Terminais e pontos de ônibus de Campo Grande amanheceram vazios nesta segunda-feira (14) com o início da greve geral dos motoristas do transporte coletivo. A paralisação foi motivada pelo atraso no pagamento dos salários dos trabalhadores do Consórcio Guaicurus e afeta diretamente mais de 100 mil pessoas que dependem diariamente do transporte público na Capital.

A decisão de entrar em greve foi tomada na última quinta-feira (11), durante assembleia que reuniu mais de 200 motoristas. A categoria reivindica o pagamento integral dos salários, que deveriam ter sido depositados no dia 5 de dezembro, além do 13º salário, segunda parcela, e benefícios como o vale-alimentação, que também estariam em atraso.

Na tentativa de evitar a paralisação, o Consórcio Guaicurus informou que efetuou, no fim da tarde de sexta-feira (12), o pagamento de 50% dos salários atrasados. O repasse parcial, no entanto, não foi suficiente para suspender a greve, já que a decisão da categoria era pela quitação total dos valores devidos.

Em uma das garagens do consórcio, localizada no bairro Moreninhas, uma faixa informava sobre a greve e havia reforço policial no local. Os ônibus permaneceram nas garagens desde as primeiras horas do dia, sem previsão de saída.

A paralisação impactou diretamente a rotina de trabalhadores. Francisca Pereira, que atua na área de limpeza do Shopping Campo Grande, relatou que saiu cedo de casa para pegar ônibus na Rua Minas Novas, mas, após esperar cerca de 20 minutos sem que nenhum coletivo passasse, decidiu retornar. “A gente depende do ônibus para trabalhar. Sem ele, não tem como”, afirmou.

O auxiliar de pedreiro José Ribeiro, de 48 anos, também foi surpreendido pela ausência dos coletivos. Ele disse considerar a greve justa e afirmou que acreditava que os salários já haviam sido pagos. “É ruim para quem precisa trabalhar, mas se não pagam, eles têm que parar”, comentou.

Já a costureira Roseli Gomes Soares, de 49 anos, contou que saiu de casa apenas para confirmar a paralisação. Sem condições de arcar com transporte por aplicativo, ela afirmou que o prejuízo é duplo. “Além de não conseguir ir, as horas acabam sendo descontadas”, disse.

Em alguns casos, empresas precisaram se reorganizar. A encarregada Sônia Batista da Silva, de 59 anos, relatou que o empregador disponibilizou transporte próprio para os funcionários que dependem do ônibus, como forma de minimizar os impactos da greve.

Segundo Wagner Freitas, apoiador do movimento, os trabalhadores foram orientados a não comparecer às garagens. “Houve apenas pagamento parcial. A exigência é o salário integral, o 13º e os benefícios. Isso foi decidido em assembleia”, afirmou.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Demétrio Freitas, reafirmou que a frota seguirá totalmente parada enquanto não houver pagamento integral. “Com os salários, o décimo terceiro e o vale quitados, o serviço pode ser retomado. Caso contrário, a greve continua”, declarou.

O transporte coletivo é essencial para a cidade. Dados do próprio consórcio indicam que mais de 3,2 milhões de passageiros utilizavam o sistema mensalmente em 2023. Informações da Planurb apontam média diária superior a 116 mil usuários, o que evidencia o impacto da paralisação na rotina da população campo-grandense.


Por: Redação - Jornal A Princesinha News

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