Aumento da obesidade e circulação irregular de canetas emagrecedoras acende alerta da SES
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| CNN |
Com o crescimento dos casos de obesidade e a circulação irregular de “canetas emagrecedoras” — muitas vezes trazidas de forma clandestina pela região de fronteira —, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) emitiu um alerta reforçando que o tratamento dessa condição deve seguir diretrizes clínicas reconhecidas. Segundo o órgão, o uso de medicamentos irregulares representa risco elevado à saúde e não substitui o acompanhamento adequado por profissionais qualificados.
Versões manipuladas, importadas sem receita ou vendidas em clínicas, salões e perfis de redes sociais não passam por controle de qualidade. Esses produtos podem conter impurezas, toxinas ou até bactérias, colocando usuários em risco. A Cvisa (Coordenação de Vigilância Sanitária Estadual) destaca que o consumo dessas substâncias pode provocar reações adversas graves, intoxicações e até óbito.
“Essas canetas de medicamentos importados sem registro na Anvisa não têm qualquer garantia de eficácia e segurança. É fundamental que a população busque orientação médica e evite medicamentos de origem duvidosa. A prevenção da obesidade deve estar baseada em informação, acompanhamento e hábitos saudáveis, não em promessas rápidas”, afirmou o farmacêutico Alexandre Tutes, da Vigilância Sanitária Estadual.
Denúncias de comercialização irregular podem ser feitas diretamente à Vigilância Sanitária Estadual.
O Ministério da Saúde reforça que as canetas “emagrecedoras” ainda não foram incorporadas ao SUS devido ao alto impacto financeiro, além da necessidade de avaliações mais amplas sobre custo-benefício e segurança do uso em larga escala.
Acompanhamento e crescimento dos casos
A obesidade é uma das condições crônicas mais acompanhadas pela APS (Atenção Primária à Saúde) em Mato Grosso do Sul. O excesso de peso está diretamente relacionado a doenças como diabetes, hipertensão, dislipidemias e alguns tipos de câncer — condições que representam grande parte da demanda assistencial do SUS.
De acordo com o Ministério da Saúde, a proporção de adultos com obesidade aumentou 72% em 13 anos, passando de 11,8% em 2006 para 24,3% em 2023.
Em Mato Grosso do Sul, números do SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) referentes a 2024 mostram que, entre 432.773 pessoas avaliadas, os resultados foram:
- 32,76% com sobrepeso;
- 23,06% com obesidade grau I;
- 10,36% com obesidade grau II;
- 5,99% com obesidade grau III;
- Apenas 25,94% estavam com IMC considerado adequado ou eutrófico, indicador de nutrição apropriada.
Linha de Cuidado busca maior efetividade
Como parte das ações de enfrentamento da obesidade, a SES publicou em 2024 a LCSO (Linha de Cuidado do Sobrepeso e Obesidade), documento que estabelece diretrizes para ampliar o acesso ao tratamento e tornar o processo mais eficaz. A LCSO está sendo implementada de forma progressiva nos municípios, articulando ações entre os níveis de atenção e oferecendo apoio técnico às equipes de saúde.
O objetivo é fortalecer a rede de cuidado, promover mudanças estruturais, sociais e comportamentais, além de garantir estratégias consistentes de prevenção, promoção da saúde e tratamento.
A Secretaria reforça que o acompanhamento deve ser feito por profissionais habilitados e baseado em protocolos reconhecidos. Medicamentos não registrados, manipulados em grande escala ou adquiridos sem prescrição médica continuam representando risco grave e são considerados ilegais pela Anvisa.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News




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