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Campo Grande News |
Entre 1º de fevereiro e 31 de julho de 2025, pelo menos 20 mulheres perderam a vida em Mato Grosso do Sul em casos classificados ou com indícios de feminicídio. A média é assustadora: um assassinato a cada nove dias, um verdadeiro retrato da violência de gênero que atravessa o Estado e grita por ações urgentes.
Os casos recentes chocam pela brutalidade e pela proximidade. Em Ribas do Rio Pardo, no último dia de julho, a professora Cinira de Brito, de 52 anos, foi assassinada dentro de casa pelo companheiro. Familiares relatam que a vítima sofria violência psicológica e estava isolada de amigos e parentes. Em Naviraí, a jovem Juliete Vieira, de 26 anos, foi morta com um golpe de faca no pescoço pelo próprio irmão, que inicialmente tentou minimizar o crime dizendo tratar-se de uma “brincadeira de luta”.
O ano começou com um crime que marcou o Estado: no dia 1º de fevereiro, Karina Corim, de 29 anos, foi baleada pelo ex-companheiro dentro de sua loja em Caarapó. O agressor também ateou fogo ao estabelecimento após atirar nela e em uma amiga, que também morreu. Karina havia solicitado medida protetiva contra o ex na véspera do ataque, mas não foi protegida a tempo. O autor tirou a própria vida no hospital horas depois.
Outro episódio que abalou Mato Grosso do Sul foi o assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, em Campo Grande, no dia 12 de fevereiro. Em áudios que viralizaram, Vanessa denunciava o descaso e a falta de atendimento adequado na delegacia, o que resultou em mudanças nas políticas locais.
Em maio, um duplo feminicídio marcou ainda mais o cenário de terror: Vanessa Eugênia Medeiros e sua filha bebê Sophie, de apenas dez meses, foram assassinadas pelo companheiro de Vanessa, que tentou simular o desaparecimento para despistar a polícia, mas acabou preso em flagrante.
O crime de feminicídio, definido no Código Penal, é o homicídio praticado contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, com pena que varia de 12 a 30 anos de prisão, podendo aumentar em casos de agravantes como gravidez ou menoridade da vítima.
Diante da escalada de violência, campanhas como a #TodosPorElas têm mobilizado poderes públicos e a sociedade civil para frear essa sangria. Em Campo Grande, cerca de 90 instituições se uniram para oferecer mais de 300 atendimentos gratuitos a mulheres vulneráveis.
Em recente discurso, a ex-ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, alertou para a necessidade de preparo das instituições. “Violência contra mulher não pode ser tratada como roubo”, afirmou, destacando que é preciso sensibilidade para lidar com o tema e proteção efetiva para as vítimas.
Os números reforçam a gravidade: somente em 2024, Mato Grosso do Sul registrou 11.427 casos de violência doméstica, segundo dados oficiais. O cenário exige mais do que dados — exige ação concreta e comprometimento para salvar vidas. Com informações do Campo Grande News.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News