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Foto: Redes Sociais |
Uma fala da presidente do Partido Progressistas (PP) em Aquidauana, Selma Suleiman, gerou polêmica nesta semana ao criticar o projeto de lei que institui processo seletivo para a contratação de professores na rede municipal. Segundo ela, se a justificativa da medida é transparência e melhoria dos serviços públicos, a regra deveria valer para toda a Prefeitura — especialmente para o Hospital Regional, onde, segundo suas palavras, faltaria controle e fiscalização sobre gastos e contratações.
“Se a questão que justifica esse projeto de lei é transparência e melhoria do serviço público, por qual razão não temos a obrigação de ampliá-lo pra toda Prefeitura?”, questionou Selma em uma publicação nas redes sociais.
Até aí, um discurso aparentemente coerente. O problema começa quando se olha para os bastidores da política local: os próprios vereadores do PP — partido presidido por Selma — foram os responsáveis por pedir a retirada da emenda que estendia o processo seletivo a todas as secretarias. Ou seja, o que Selma defende publicamente, sua bancada reprovou nos bastidores da Câmara Municipal.
A proposta em questão era uma emenda ao Projeto de Lei nº 023/25 (LDO 2025), de autoria dos vereadores Sargento Cruz, Valter Neves e Juraci Jesus, que incluía no Artigo 39 a obrigatoriedade de processo seletivo, com provas e títulos, para todas as secretarias da Prefeitura. Contudo, os próprios vereadores do PP pediram para retirar essa emenda, restringindo o processo seletivo apenas à contratação de professores.
O trecho da proposta era claro:
“O Poder Executivo Municipal deverá realizar o processo seletivo de provas e títulos, com empresa especializada, visando a contratação ou convocação temporária de profissionais de qualificação específica de cada Secretaria do município, com validade de dois anos.”
Selma, que também é ex-primeira-dama de Aquidauana e esposa do ex-prefeito Fauzi Suleiman, cujo mandato foi cassado anos atrás, agora adota um discurso de moralidade e zelo com o dinheiro público. Mas o passado recente na política e o presente dos seus aliados dentro da Câmara revelam uma contradição que não passa despercebida.
Ao mesmo tempo em que denuncia a falta de transparência no Hospital Regional — que, segundo ela, consome mais de R$ 3 milhões mensais sem prestar contas nem passar por fiscalização —, ela ignora que seus próprios colegas de partido decidiram manter o sistema atual, sem ampliação de seletivo, perpetuando justamente o que ela critica: contratações sem critérios técnicos e demissões por conveniência política.
A pergunta inevitável é:
Selma Suleiman está traindo seus próprios aliados políticos, tentando se descolar de um partido que age na contramão do discurso público que ela prega? Ou apenas finge não saber das articulações feitas por debaixo dos panos?
Seja como for, o que era para ser um debate sério sobre transparência e meritocracia virou palco de mais um episódio da velha política aquidauanense: o discurso para o povo é um, a prática nos bastidores é outro. E, mais uma vez, quem paga essa conta é o contribuinte.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News