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Eduardo Bolsonaro tenta transformar punição econômica dos EUA em estratégia política contra Alexandre de Moraes

Divulgação

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) causou polêmica nas redes sociais ao sugerir que os brasileiros agradeçam ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mesmo após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano. A medida, considerada prejudicial ao agronegócio e à economia nacional, foi usada pelo parlamentar como argumento para fortalecer sua ofensiva política contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Eduardo, a nova taxação imposta por Trump seria uma resposta internacional ao que ele chama de "abusos" cometidos pelo Judiciário brasileiro. Em tom de mobilização, o deputado publicou: “Povo brasileiro, vamos fazer o mundo ouvir a nossa voz. Coloque o seu agradecimento ao Presidente Donald Trump abaixo e vamos rumo à Lei Magnitsky” — referindo-se à legislação dos EUA que permite sanções contra autoridades acusadas de violar direitos humanos.

A fala ocorre em um momento em que a deputada norte-americana María Elvira Salazar, alinhada ao Partido Republicano e próxima de aliados de Jair Bolsonaro, pediu formalmente ao governo Trump a aplicação de sanções da Lei Magnitsky contra Moraes. Entre os pedidos estão a revogação do visto do ministro e o congelamento de bens nos Estados Unidos.

Taxa como “recado político”

O discurso de Eduardo Bolsonaro tenta vincular a penalização econômica imposta por Trump à atuação do Supremo Tribunal Federal. Em nota divulgada por sua assessoria, o deputado afirma que a medida é fruto de “meses de diálogo” com autoridades norte-americanas e diz que “a decisão do presidente Trump é clara: o relacionamento com o Brasil precisa ser reavaliado à luz dos abusos cometidos por seus dirigentes”.

Contudo, especialistas em relações internacionais alertam para a fragilidade dessa narrativa. A imposição de tarifas por Trump é parte de uma política comercial agressiva que visa países do BRICS e outras nações que, segundo ele, não priorizam os “interesses comerciais dos EUA”. O Brasil, nesse contexto, tornou-se mais um alvo da estratégia protecionista americana.

Impacto no Brasil

Enquanto tenta capitalizar politicamente a decisão de Trump, Eduardo ignora o impacto direto da medida no setor produtivo brasileiro. Com uma tarifa de 50%, exportadores brasileiros – especialmente do agronegócio – enfrentam um cenário desafiador para manter competitividade nos Estados Unidos, maior mercado do mundo.

Analistas veem na tentativa de Eduardo Bolsonaro uma jogada para internacionalizar sua oposição ao STF, utilizando a política externa como ferramenta de embate institucional. “Essa retórica não visa defender os interesses do Brasil, mas sim atacar adversários políticos internos com apoio estrangeiro”, avalia um cientista político ouvido pelo A Princesinha News.

Sanções e interferência

A Lei Magnitsky, que Eduardo e seus aliados desejam aplicar contra Moraes, é uma legislação séria voltada para punir violações graves de direitos humanos, geralmente em regimes autoritários. Especialistas alertam que sua invocação contra autoridades de um país democrático como o Brasil pode representar um perigoso precedente e tensionar as relações bilaterais entre as nações.

Conclusão

A tentativa de Eduardo Bolsonaro de transformar uma sanção econômica americana em ferramenta de disputa política interna revela uma estratégia arriscada e controversa. Ao pedir que brasileiros agradeçam por uma medida que atinge diretamente a economia nacional, o deputado reforça uma postura que prioriza a retórica de enfrentamento ao Supremo Tribunal Federal em detrimento dos interesses do próprio país.


Por: Redação - Jornal A Princesinha News

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