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Carmen Alves foi silenciada por amar quem a escondeu

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O desaparecimento da estudante universitária Carmen de Oliveira Alves, de 23 anos, segue abalando a cidade de Ilha Solteira, no interior de São Paulo. Carmen, mulher trans, desapareceu há quase um mês, em 12 de junho, e, até agora, seu corpo ainda não foi encontrado. As investigações apontam para um crime motivado pelo preconceito e pela recusa de um relacionamento assumido por parte de seu então namorado, Marcos Yuri Amorim — também estudante da Unesp.

A polícia trabalha com a hipótese de feminicídio e ocultação de cadáver, e as evidências levantadas até agora sustentam que Carmen pode ter sido morta por Marcos, com a ajuda de um segundo homem, o policial da reserva Roberto Carlos Oliveira, com quem o suspeito também mantinha envolvimento afetivo. Ambos foram presos temporariamente na última quinta-feira (10).

Pressão, ameaças e silenciamento

Segundo o delegado Miguel Rocha, Carmen reunia provas de crimes cometidos por Marcos, como roubos e furtos na região, que teriam sido usados por ela como forma de pressioná-lo a assumir o relacionamento. As investigações também apontam que o desaparecimento ocorreu após Carmen ir até a casa do namorado, localizada em um assentamento conhecido como Estrela da Ilha. Lá, segundo a polícia, ela foi vista pela última vez.

Apesar da prisão dos suspeitos, o silêncio sobre o paradeiro de Carmen permanece. A família, amigos e a comunidade acadêmica da Universidade Estadual Paulista vivem dias de dor e incerteza. “Nosso luto só será vivido quando obtivermos a resposta da pergunta que gritamos há um mês: Onde está a Carmen?”, declarou a família em uma publicação nas redes sociais.

Criminalidade e transfobia: um retrato do Brasil que silencia corpos

O caso reacende o alerta sobre a violência enfrentada diariamente pela população trans no Brasil — país que lidera o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans e travestis. Carmen era negra, trans, estudante, artista e cheia de sonhos. Uma jovem que ousava amar, viver e resistir. Sua identidade e coragem de exigir reconhecimento podem ter sido justamente o motivo pelo qual se tornou alvo de ódio.

A Unesp, onde ela cursava zootecnia, lamentou o ocorrido, prestando solidariedade à família e reforçando seu compromisso com a diversidade. A instituição não comentou sobre a possível expulsão de Marcos Yuri, também aluno da universidade.

Buscas continuam: onde está Carmen?

As operações de busca foram reforçadas. A polícia acredita que o corpo da jovem pode ter sido ocultado em áreas de difícil acesso ou até mesmo jogado em um rio da região. Equipes com cães farejadores, drones e, se necessário, mergulhadores da Marinha do Brasil, devem ampliar as ações nos próximos dias.

Enquanto isso, familiares e ativistas seguem cobrando justiça. A luta por Carmen é, mais uma vez, um lembrete cruel de que o amor, quando silenciado pelo preconceito, pode se transformar em tragédia.


Por: Victor Ocampos - Jornal A Pricesinha News -

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