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Agência Brasil |
Instalada no Paraná, a fábrica é fruto de uma parceria entre o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o World Mosquito Program (WMP). A unidade conta com 70 funcionários e uma impressionante capacidade de produção semanal de até 100 milhões de ovos de mosquito com Wolbachia.
A operação, por enquanto, é voltada exclusivamente para atender o Ministério da Saúde, que define os municípios que receberão os mosquitos com base em dados epidemiológicos das chamadas arboviroses. A previsão é que a distribuição comece no segundo semestre de 2025, conforme avançam as etapas de comunicação e engajamento com a população.
Tecnologia natural e eficaz
Diferentemente de métodos polêmicos, a Wolbito enfatiza que os mosquitos utilizados não são transgênicos. A bactéria Wolbachia já existe na natureza, presente em mais da metade das espécies de insetos do mundo. O que a ciência fez foi introduzi-la de forma segura no Aedes aegypti, gerando uma população incapaz de transmitir os vírus que causam doenças graves em humanos.
O método é promissor: os mosquitos liberados se reproduzem com os da população local e seus descendentes também herdam a Wolbachia, criando um efeito duradouro de bloqueio dos vírus. Além disso, os estudos indicam que os mosquitos infectados ganham vantagem reprodutiva, acelerando a disseminação da bactéria na natureza.
Economia e saúde pública
A expectativa do Ministério da Saúde é que o método represente uma economia gigantesca para os cofres públicos. Estimativas da Fiocruz apontam que, para cada R$ 1 investido, os custos evitados com internações, medicamentos e tratamentos podem variar de R$ 43 a mais de R$ 500.
“A inauguração dessa fábrica coloca o Brasil na linha de frente global dessa tecnologia”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante a cerimônia no Paraná. O projeto é resultado da união entre o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná), vinculado ao governo estadual, e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), vinculada ao Ministério da Saúde.
Expansão nacional
Desde 2014, o método vem sendo testado com sucesso em bairros do Rio de Janeiro e de Niterói, e já foi ampliado para cidades como Londrina, Foz do Iguaçu, Joinville, Petrolina, Belo Horizonte e Campo Grande. Novas liberações estão previstas para Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG), Natal (RN), Blumenau e Balneário Camboriú (SC), Luziânia e Valparaíso (GO) e até mesmo Brasília.
Enquanto o país enfrenta surtos cada vez mais intensos de arboviroses, a aposta na ciência e na biotecnologia pode ser o caminho mais eficaz — e sustentável — para virar o jogo no controle das doenças transmitidas pelo mosquito.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News