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Foto: Google |
Um tremor de terra sentido por moradores de Bonito, na manhã desta terça-feira (3), gerou apreensão e levantou suspeitas de um possível terremoto no município, localizado a cerca de 300 km de Campo Grande. O fenômeno foi registrado por volta das 9h e causou susto em diferentes regiões da cidade.
Em relatos compartilhados por moradores em grupos de mensagens, alguns chegaram a mencionar que o tremor balançou estruturas de casas e derrubou quadros das paredes. Em uma instituição com crianças, a situação foi ainda mais alarmante. “Aqui no instituto tremeu tudo! As crianças saíram correndo”, descreveu uma funcionária.
O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) confirmou o abalo e registrou magnitude de 1.7 na escala MLv (Magnitude Local vertical). Embora de baixa intensidade, o tremor foi suficientemente perceptível para provocar pânico momentâneo entre os moradores.
Especialistas indicam que o tremor pode não ter sido natural. Segundo o geofísico Jackson Calhau, do Centro de Sismologia da USP, há fortes indícios de que o fenômeno tenha sido causado por atividade de mineração — mais especificamente, um desmonte de rochas.
Essa hipótese também é apoiada pela professora Edna Maria Facincani, especialista em geociências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Ela explica que, pelo padrão do sismograma e pela localização da estação de medição mais próxima — em Aquidauana, a cerca de 100 km de Bonito —, é difícil ter certeza, mas os dados indicam uma possível detonação controlada.
Coincidentemente, a mineradora Calcário Calluz, localizada na MS-435, confirmou a realização de um desmonte no mesmo horário do tremor. O gerente da empresa, Elias Araújo, afirmou que a prática é comum e ocorre mensalmente: “É realizado há vários anos. Toda vez que acontece, é a mesma coisa”.
A Secretaria de Turismo de Bonito informou que está investigando o caso. Até o momento, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) não se pronunciou.
O episódio reacende o debate sobre o impacto da mineração em áreas próximas a centros urbanos e a necessidade de monitoramento mais preciso na região.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News
*G1*