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Foto: Prefeitura de Nioaque |
Depois de um longo período de promessas e expectativas, famílias indígenas das aldeias Taboquinha e Brejão, em Nioaque, a 91 km de Aquidauana, finalmente assinaram nesta quarta-feira (11) os contratos da segunda etapa do Programa Ogã Porã – Minha Casa, Minha Vida Rural. Ao todo, 47 moradias serão construídas — um alívio tardio para comunidades que lutam há anos por condições mínimas de dignidade.
A cerimônia, marcada por emoção e desabafo, foi acompanhada por lideranças e moradores locais. “A gente esperou muito por isso. É um sonho que se realiza”, disse Juliana Gonçalves Cotócio, da Aldeia Taboquinha, ressaltando o impacto que a casa terá para sua família. Em falas como a dela, o agradecimento vem acompanhado de um claro sentimento de alívio após uma espera que se arrastou por tempo demais.
Reginaldo Cotócio, da Aldeia Brejão, reforçou a importância da união entre governo estadual, município e comunidades, mas deixou evidente que essa é apenas uma das muitas necessidades ainda em aberto. “Esse é um momento muito importante para nós, mas a luta continua”, pontuou.
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Foto: Prefeitura de Nioaque |
O prefeito de Nioaque, André Guimarães, participou da cerimônia e reconheceu o peso simbólico da entrega. Segundo ele, “uma casa não é só parede e telhado — é proteção, futuro e segurança”. No entanto, para muitas lideranças, a construção das moradias representa mais que uma ação social: é uma reparação mínima diante do histórico de abandono e invisibilidade imposto aos povos indígenas do município.
Apesar dos avanços recentes, o cenário ainda exige atenção. Ao todo, já foram assinados 97 contratos do programa em Nioaque, mas dezenas de famílias seguem sem atendimento e sem previsão para serem incluídas nas etapas seguintes. Organizações indígenas alertam que o programa precisa ir além da solenidade e garantir acompanhamento contínuo, agilidade nas obras e respeito ao modo de vida das comunidades.
A assinatura dos contratos marca, sim, uma vitória — mas também lembra que o acesso à moradia digna ainda é um privilégio atrasado para populações que há séculos aguardam por justiça.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News