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Foto: SRBS |
Na madrugada de terça-feira (13), um tremor de terra de magnitude 3,5 mR foi registrado na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, próximo ao município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. O fenômeno sísmico é um dos mais intensos registrados no Estado em 2025 e chamou a atenção de especialistas e moradores da região.
De acordo com José Alexandre, sismólogo do Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo), o tremor ocorreu em território mato-grossense, a cerca de 100 quilômetros de Sonora, e foi seguido por outras 16 réplicas — abalos de menor intensidade resultantes do primeiro evento. As ocorrências foram detectadas por estações sismográficas da região, mas até o momento não há relatos de que os tremores tenham sido sentidos pela população, possivelmente por terem ocorrido em áreas rurais.
Embora o Brasil esteja localizado no centro de uma placa tectônica — o que normalmente o torna pouco propenso a terremotos —, os tremores não são inéditos no Centro-Oeste. Segundo o sismólogo, a região do Pantanal, em especial, apresenta uma frequência maior desses eventos. “Em março de 2025, por exemplo, houve um tremor de magnitude 4,4 em Poconé (MT)”, lembrou.
A pós-doutora em Geociências e coordenadora do Laboratório de Sismologia da UFMS, Edna Faccincani, explica que os abalos sísmicos são comuns dentro da bacia sedimentar do Pantanal por ser uma bacia ativa e relativamente jovem do ponto de vista geológico. “Ela ainda está em processo de formação, o que favorece a ocorrência de sismos”, detalha.
Outro fator apontado por especialistas é a espessura fina da crosta terrestre sob a bacia do Pantanal, além da presença do Lineamento Transbrasiliano — uma grande estrutura geológica que atravessa parte do território sul-mato-grossense e pode contribuir para instabilidades na crosta.
Diante da atividade recente, os especialistas ressaltam que, apesar de não haver risco imediato, os eventos sísmicos devem continuar sendo monitorados. Desde 2003, a UFMS e o Instituto de Geofísica da USP mantêm um projeto conjunto de observação sísmica na região pantaneira.
Segundo a Rede Sismográfica Brasileira, tremores de baixa magnitude, como os registrados em Sonora, são relativamente comuns e geralmente resultam da liberação de tensões naturais acumuladas na crosta terrestre. Mesmo assim, os moradores da região seguem atentos a possíveis novos episódios, embora os especialistas reforcem que não há como prever com precisão novas ocorrências.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News