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Buda Mendes |
Um plano de atentado a bomba, alimentado por discursos extremistas e delírios religiosos, quase transformou em tragédia um dos maiores eventos musicais do ano. Mais de 2 milhões de pessoas se reuniram na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para assistir ao show da cantora Lady Gaga neste sábado (3/5), sem imaginar que poderiam ser alvo de uma ação terrorista. A Polícia Civil fluminense desmantelou a conspiração antes que o pior acontecesse, revelando uma rede digital de ódio voltada contra crianças, adolescentes e o público LGBTQIA+.
As investigações começaram com o monitoramento de grupos virtuais onde participantes compartilhavam planos violentos camuflados de “desafios” e “provações”. O líder do grupo, um homem com histórico de publicações extremistas, prometia realizar um “sacrifício ritual” durante o show, em resposta ao que alegava ser uma “influência satânica” da artista.
A operação, chamada de Fake Monster — em alusão ao nome do fandom da cantora, Little Monsters — foi realizada em conjunto com o Ministério da Justiça e envolveu unidades especializadas em crimes cibernéticos, infância e juventude, e combate ao terrorismo. A ação coordenada mobilizou agentes em quatro estados brasileiros, resultando em mandados de busca e apreensão contra nove pessoas. Entre os alvos estavam um adolescente que armazenava pornografia infantil, no Rio de Janeiro, e um homem preso por porte ilegal de arma no Rio Grande do Sul.
De acordo com fontes da investigação, os criminosos utilizavam plataformas online para aliciar jovens e disseminar conteúdos de ódio, violência, incitação ao suicídio, pedofilia e teorias conspiratórias religiosas. “Não se trata apenas de discurso de ódio, mas de uma tentativa concreta de promover terror simbólico e físico em massa”, afirmou a Polícia Civil do Rio.
O aspecto mais preocupante, segundo os agentes, foi a descoberta de planos para utilizar artefatos explosivos improvisados, como coquetéis molotov. As instruções para montagem desses dispositivos eram compartilhadas em chats privados. A motivação dos suspeitos combinava fanatismo, desejo de notoriedade e uma visão distorcida de “missões purificadoras”.
O principal articulador do atentado foi localizado em Macaé, no Norte Fluminense. Em depoimento, ele admitiu que pretendia realizar o ataque durante o show, afirmando estar em “guerra espiritual” contra a cantora. O homem responderá por terrorismo e induzimento ao crime. Mesmo sem que o atentado tenha sido concretizado, ele poderá ser condenado, já que atos preparatórios são considerados crimes puníveis pela legislação brasileira.
A operação evitou um possível desastre e acendeu um alerta sobre os perigos do extremismo digital e da radicalização online.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News