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MídiaMax |
Teve início na tarde desta sexta-feira (9) a segunda audiência do caso que apura o brutal feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, assassinada em 11 de fevereiro deste ano pelo ex-noivo, o músico Caio Cesar Nascimento Pereira. O crime ocorreu na residência da vítima, localizada no bairro São Francisco, em Campo Grande.
Assim como na primeira audiência, Caio participou da sessão. Conforme explicou o advogado de defesa, Renato Franco, o processo segue o rito previsto: “primeiro são ouvidas as testemunhas de acusação, depois as de defesa”.
Na porta da sala de audiência, uma das testemunhas conversou com o Jornal Midiamax e desabafou: “Tudo que estamos fazendo, estamos fazendo por justiça. Queremos que o criminoso pague por tudo o que ele fez com ela. A Vanessa merece descansar em paz.”
Réu por feminicídio
O músico foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e teve a denúncia recebida pelo Poder Judiciário no dia 19 de março, tornando-se oficialmente réu por feminicídio. Áudios da jornalista indicam que, antes do crime, Vanessa procurou ajuda: esteve na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) durante a madrugada do dia 12 para registrar boletim de ocorrência e retornou à tarde para solicitar medida protetiva. Conforme o inquérito, todos os protocolos da Lei Maria da Penha e as diretrizes da Casa da Mulher foram seguidos.
Manipulação e controle
O relatório final da Deam revelou que Vanessa foi alvo de manipulações constantes por parte de Caio. O documento mostra que a jornalista deixou de dirigir seu próprio carro por meses sob a justificativa de que o ex-noivo estava “cuidando de sua segurança”. A vítima passou a se isolar de amigos e familiares, e chegou a marcar o casamento sem contar a ninguém, influenciada pela manipulação do acusado.
O relatório aponta que Vanessa era controlada em sua rotina, precisava prestar contas a Caio e era rastreada por ele. Em muitos casos, o próprio músico respondia mensagens em nome da jornalista, afastando-a ainda mais do convívio social.
“Ela foi colocada em uma bolha de amor e começou a se afastar de tudo e de todos. Ninguém entra em um relacionamento abusivo por escolha, porque no início tudo parece ser um grande amor. Mas Caio nunca amou Vanessa. Ele a manipulava intensamente”, destaca o relatório da Deam.
O caso segue em tramitação e é acompanhado de perto pela sociedade e por movimentos de defesa das mulheres, que clamam por justiça e responsabilização do autor.
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Vanessa Ricarte (in memoriam) |
Por: Carlos Eduardo - Jornal A Princesinha News