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Mesmo condenado a oito anos de prisão por estuprar uma estudante durante uma festa universitária, um professor do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) segue recebendo salário normalmente. A reitoria da universidade decidiu prorrogar por mais 60 dias o afastamento do servidor, que permanece formalmente ligado à instituição, mesmo após a sentença judicial. A decisão foi oficializada por meio de portaria publicada no dia 9 de maio.
Conforme o Campo Grande New, o caso ocorrido em 2016, voltou a ganhar repercussão em março deste ano, quando estudantes da UFMS organizaram protestos em Campo Grande exigindo providências mais enérgicas por parte da universidade. A comoção cresceu com a revelação de que o docente, mesmo condenado por estupro, havia obtido nota máxima na avaliação de desempenho funcional no período imediatamente posterior ao crime — um reflexo do que muitos consideram uma estrutura institucional indiferente às vítimas.
A agressão aconteceu durante uma confraternização estudantil. A aluna, então com 22 anos, havia ingerido bebida alcoólica e estava visivelmente vulnerável. Segundo a denúncia, o professor aproveitou-se da situação para tocar a estudante e, posteriormente, a seguiu até um quarto onde a violência sexual se consumou. Ela foi encontrada por amigas, nua, desorientada e em estado de choque.
Ainda assim, quase uma década após o crime, a instituição opta por manter o servidor “afastado com remuneração”, sob o argumento de que ele deve permanecer à disposição da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar. A medida, para muitos, soa como impunidade institucionalizada. “O mínimo seria a suspensão imediata de todos os vínculos e benefícios até a resolução do caso”, afirma uma integrante do movimento estudantil, que pediu anonimato por temer retaliações.
O professor ainda pode recorrer da condenação, pois a decisão judicial está em primeira instância. No entanto, ativistas, estudantes e parte do corpo docente questionam o que consideram uma conivência da universidade com condutas criminosas dentro de seu ambiente. O silêncio da UFMS diante da repercussão pública também tem sido alvo de críticas, especialmente por parte de coletivos feministas e entidades ligadas à defesa dos direitos das mulheres.
Enquanto isso, a vítima segue tentando reconstruir sua vida, e a comunidade acadêmica da UFMS continua convivendo com a frustração de ver que a justiça, dentro da própria universidade, parece andar em ritmo muito diferente da indignação social.
Por: Redação - Jornal A Princesinha News